"But if we're strong enough to let it in
we're strong enough to let it go"
(Birdy)

Eu vou confessar: tem dia que a saudade aperta, me puxa do chão e vira do avesso.
E ela chega assim, sem dar sinais, sem avisar. Simplesmente aparece e se instala, sem se preocupar com convites formais ou o incomodo que pode causar. Vem mansinha, primeiro com as lembranças, reaviva as memórias e quando percebo, estamos juntas revendo as as fotos.

Ah saudade, a presença da ausência de tudo aquilo que não pôde ficar. É o que resta das escolhas que fizemos pelo caminho. É o passado se fazendo presente, nos relembrando do quanto sabemos sobre o futuro: nada, e menos ainda. Ela é o atestado de uma experiência boa, mas passageira; de amores gostosos, mas evanescentes. Ela é o lembrete das incertezas do viver.

E as vezes sussurra "só uma mensagem".
As vezes pede "vamos voltar atrás".
Em outras estremece "e agora?"
Não sei. Mas me render não é uma opção.

Dizem que nós somos a soma das escolhas e experiências que vivemos. E já dizia Chorão "cada escolha uma renúncia, isso é a vida". Essa saudade por vezes me arremata, em algumas delas passamos algumas horas juntas, agarradas, deixo ela ficar. Mas não sou de me acovardar. Então logo me despeço "é hora de ir" eu digo. Ela insiste querendo ficar, "me deixa morar". Meu amor-próprio suspira. O coração é sensato e resistente "aqui não existe espaço pra você! Não pra permanecer. Vai passear, encontrar outros corações pra invadir". E então sem ter muita opção, ela se vai.
E mesmo sem querer, eu fico aqui, esperando ela voltar. Porque eu sei que não importa o quanto eu resista, ela voltará. Tudo bem. Porque a cada ida, o retorno demora um pouco mais. Até lá, seguimos em frente. 

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