Na manhã de ontem eu acordei como em todos os dias:
me chutando para fora da cama e tendo como maior preocupação realizar as
atividades diárias (banho, escovar os dentes, comer,...) e
responsabilidades necessárias (faculdade, volta às aulas,...). Mas como
sempre, pra não perder o costume, dei uma passada no facebook pra ver o
que acontecia. E fuçando em um facebook aqui, outro ali, me deparei com o
comentário de um amigo, na página de
outro amigo (que eu desconhecia), que dizia procurar por outro amigo.
Minha curiosidade foi mais a fundo, e fiquei surpresa ao descobrir
notícias de que uma boate, em Santa Maria, no RS, havia pegado fogo
nessa madrugada. Mas essa era só a ponta do iceberg. As notícias
estampavam o resultado da tragédia: 245 mortos e 48 feridos. Pensei nos
milhares de jovens que ali estavam, e me doeu mais ao pensar na dor dos
pais, que acordaram de manhã, sem seus filhos em casa, tentaram
contatá-los, e se depararam com essa notícia. Pensei no desespero e me
sensibilizei mais ainda ao ver relato dos bombeiros sobre as vítimas que
não conseguiram sobreviver ao incidente e tinham seus corpos estirados
no chão de um Ginásio: "os celulares não param de tocar nos bolsos das
pessoas mortas e isso está doendo na gente", "Ninguém tem coragem de
atender e avisar o que aconteceu", acrescentou em seu texto Fabrício
Carpinejar. Não bastasse a informação indigesta, tudo fica ainda mais
repugnante e chocante ao se deparar com depoimentos de pessoas que
estavam lá dentro, e conseguiram sair, de que os seguranças barravam as
portas e impediam as pessoas de saírem, porque "antes elas deveriam
pagar a comanda". Então agora é isso o que está valendo uma vida: uma
comanda? Quantos sonhos desmoronados, quantos futuros despedaçados,
quantas famílias destroçadas. Talvez muitas pessoas parem pra pensar em
suas vidas, pensar que poderia ter sido você, pensar na dor de não dizer
adeus a alguém que se ama, e é sempre bom considerar isso, nossa
conduta em todos os dias. Mas hoje eu só consigo pensar na dor dessas
famílias, na crueldade de quem bloqueou as saídas e em quantas mortes
não poderiam ter sido evitadas nessa fatalidade, que também foi fruto de
atitudes inconsequentes e irresponsáveis. Não que valha muito, mas fica
aqui a minha indignação e solidariedade para todos que perderam
parentes, filhos e amigos. Que Deus possar estar consolando o coração de
cada um.
FIM.
"Acabei de levar um soco no estômago" foi como descrevi o que havia acontecido naquele momento. O incidente não ocorreu de fato, mas a sensação era similar (e me renderam 2 kg a menos). Meu estômago se embrulhou, e rapidamente senti minhas bochechas corarem com a inconformidade que tomava conta de mim. Você nem sabia, mas poucos minutos antes eu pensava em como havia sido exigente, exagerada em meus desejos e na minha fantasia. Planejei uma maneira de lhe dizer o óbvio: que eu sentia muito, que você havia sido perfeito em todos os seus defeitos e eu estava enlouquecendo. Estava pronta pra reafirmar o quanto eu estava errada, o quanto aquilo doía, e novamente o quanto eu sentia muito. Lembrei do encontro que tivemos no dia anterior, ou devo dizer DESENCONTRO? O mesmo local de sempre tão igual e diferente. Ali eu já sabia: aquele mundo não mais me pertencia. Já não havia mais espaço pra mim. Eu me calei. Logo eu, sempre com tantas ideias, tantas palavras para serem ditas, tant
Comentários