Aprendendo a aprender

 Estava sentada a toa no parque em uma tarde ensolarada de domingo, assistindo a passagem da vida em suas várias formas, tamanhos, cores e idades. Pessoas que se cruzavam e cumprimentavam mesmo sem se conhecer, crianças brincando, idosos passeando, casais namorando.
Analisando e apreciando a paisagem com a paciência e admiração que a vida me ensinara, avistei um jovem casal com o que presumi ser seu primeiro filho, que aparentava não ter mais do que um ano de idade. Demorei-me em estudá-los e algo me chamou a atenção. Algo que muitos teorizam sobre e eu acredito que realmente deva existir mas nunca havia dado importância.
Ambos brincavam com o pequenino, entre eles, sorriam, seguravam a criança pelas duas mãos enquanto esta ainda aprendia a dar seus primeiros passos. Em toda essa cena pude perceber uma leve diferença entre as atividades de ser pai exercidas por cada jovem. Ela, mulher, mãe, segurava seu filho com leveza e segurança, como se já estivesse programada - e a ciência afirma que sim - para exercer essa atividade, quase com um dom. Como se ela tivesse sido preparada - e talvez o fosse mesmo - para aquilo sua vida toda. Já ele, homem, pai parecia exercer essa proeza com o mesmo amor, mas com uma certa dificuldade. Um certo pensar sobre os atos, uma certa preocupação excessiva com cada passo, um segurar meio desajeitado.
Pensei então no quanto, por muitas vezes, os pais, seres humanos do sexo masculino, não são devidamente valorizados. Muitos falam sobre o dom e a magia em ser mãe, os sentimentos que as mulheres carregam entre si e de fato, concordo que tudo isso é muito lindo e interessante, mas ninguém para pra perceber no quão magnífico é a mudança que uma criança gera em um homem e na maneira como este se esforça e adapta de forma a exercer com a maior perfeição e destreza possível esse desafio de ser PAI. (...)

Comentários

kikaum! disse…
eu adoro a maneira como você escreve, expressa suas idéias... principalmente pessoalmente!
te amo, linda!

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